Em Chiang Mai, decidi fazer massagem nos pés em um local aberto, próximo a entrada de um dos inúmeros templos da cidade. Não sei explicar o motivo da escolha, acho que foi por ter ido com a cara dos funcionários que conversavam animadamente às 11h da manhã, quando a cidade parecia ainda estar dormindo.
As poltronas eram velhas, o lugar não tinha luxo, mas era alegre. Quem me recebeu foi um simpático rapaz, com trejeitos de gerente de salão de cabeleireiro de cidade do interior. Uma graça! Fui devidamente acomodada na melhor poltrona e, logo depois, o rapaz pergunta se pode sentar-se ao meu lado. Tudo bem, eu não queria dormir - coisa fácil durante uma massagem nos pés.
Conversa vai, conversa vem, chega mais uma cliente que escolhe fazer massagem de corpo inteiro. Ela se instala em um colchonete no interior do salão onde não há divisórias e vejo os preparativos para recebê-la. Tudo simples, mas funcional.
Pouco depois, avisto uma barata enorme desfilando pesadamente a uns 2 metros de onde estou, e bem mais próxima da moça do colchão. A moça – que está de costas – não vê nada, mas a massagista dela, sim, e faz cara de pânico, sem interromper a massagem! Comunico ao gerente sobre a aparição da barata e ele, lentamente, se levanta. Pega uma vassoura, uma pá e leva o bicho para longe. Pois é, você leu direito: ele não matou a barata, só afastou-a!
O rapaz volta a sentar do meu lado e pergunto se ele é budista. Seria a única explicação plausível para, munido de vassoura, ele não ter exterminado a barata. Na minha ignorância, imagino que matar qualquer coisa – mesmo uma barata – deva ser garantia de um karma terrível para um budista. Bem, ele não era budista. Enquanto discutíamos o que ele havia feito, outra (ou a mesma) barata (re) aparece. E tudo segue a mesma sequência, eu avisto a barata, comunico a (re) descoberta, a massagista da mocinha se assusta (já fazendo uma cara bem irritada para o gerente) e ele, de novo, só afasta o – a essa altura já denominado por mim - bichinho de estimação.
Quando ele volta, comunico que se avistar mais alguma barata eu: a) quero desconto e b) vou matá-la. Ele ri, não acredita em mim e diz que posso ficar tranqüila.
Dez minutos depois, cansada do déjà vu, peço licença para minha massagista, me levanto com uma sandália em riste, e, finalmente, dou cabo da barata. Foi uma nojeira e entendi porque o rapaz hesitava em matá-la. Sem uma palavra, entrego minha sandália para ele limpar. Volto para meu lugar sob olhares aliviados.
Para concluir, uma explicação sobre o etc. O rapaz tinha um dicionário inglês-inglês e não conseguia entender o significado de uma intrigante palavra: “etc”. Precisei dar um par de exemplos e quando ele compreendeu, saiu a contar para todo o mundo, feliz da vida. Parece que em thai não há palavra equivalente.
Essas massagens na Ásia são tudo de bom... Principalmente depois de um dia camelando sob o sol de mais de 35C do sudeste da Ásia
ResponderExcluirEssas suas historias com baratas na Ásia são muito engracadas ;)
Oi Luciana, te encontrei via Ricardo Freire.
ResponderExcluirEstou viajando quarta feira para a Bangkok, mas fiquei assustado com o terremoto em Mianmar. Vc sentiu os tremores? Há alguma informação sobre novos eventos?
Muito obrigado. Te enviei um pedido de seguir no twitter.
Daniel
Daniel,
ResponderExcluirJá estou no Rio. O terremoto atingiu o norte da Tailândia (perto de Chiang RAI, nã, Mai) e Bangkok, até onde sei, não sofreu nada.
Boa viagem.
Oscar,
ResponderExcluirComo falei no twitter, não tem jeito, país tropical tem barata! Mas, ainda bem, não me deparei com nenhuma na comida nem nos hotéis!
Bjs,
Uau, eu devo ser mais cegueta do que pensava... Em mais de 1 mês de Ásia não vi uma única barata!!! (Ou então, Lu, elas gostam de você, hehehe...)
ResponderExcluirCarla,
ResponderExcluirVocê não é a única que diz não ter visto as baratas. Mas que elas existem, existem. A equação é simples: país tropical = calor = barata
;-)
Bjs